A Pinacoteca de São Paulo apresenta a performance Bori (2008-2022), de Ayrson Heráclito, no octógono do edifício Pina Luz no dia 11 de agosto das 17h às 19h30. A relação entre vida, arte e elementos sagrados é uma constante em sua trajetória. O artista, professor universitário convida os visitantes a presenciarem uma interpretação coletiva inspirada em um ritual homônimo que ocorre nos terreiros de candomblé, religião da qual é praticante e foi consagrado ogã. O Bori é um momento de limpeza espiritual, no qual se dá alimento às entidades da natureza que guiam cada pessoa.
A programação é um desdobramento da exposição Ayrson Heráclito: Yorùbáiano em cartaz até 22 de agosto no outro prédio do museu, a Pinacoteca Estação. Bori é uma performance que faz parte da coleção da Pinacoteca de São Paulo. A obra foi adquirida em 2020 por meio do Programa de Patronos da Arte Contemporânea.
Nesta apresentação, o artista conduz uma montagem pública de mandalas de alimentos em torno das cabeças de 12 performers que representarão os filhos das 12 divindades: Oxossi, Omolú, Xangô, Ossain, Oxumarê, Kitembo “Tempo”, Oxum, Yansã, Yemanjá, Nanã e Oxalá. As ornamentações acontecem uma por vez e, aos poucos, cada um dos participantes se deitará em esteiras dispostas no chão em uma organização semelhante a um caracol. “A ação consiste em oferecer comidas à cabeça de doze performers, sendo esses representações vocativas e iconográficas dos doze principais orixás do candomblé.
Dar comida para a cabeça é nutrir a nossa alma. Alimentar a cabeça com comidas para os deuses é evocar proteção. Todos os elementos que constituem a oferenda à cabeça exprimem desejos comuns a todas as pessoas: paz, tranquilidade, saúde, prosperidade, riqueza, boa sorte, amor, longevidade”, completa Ayrson.
Entre os performers estão Ana Carolina Toledo, Baba Márcio Telles, Giselda Perê, Hélio Menezes, João Vitor Arruda, Juliana dos Santos, Mário Alves Chocolate, Moisés Patrício, Robson Noir, Sandro Abade Pimentel, Sheyla Ayó, Ysmael Ribeiro. A performance tem a assistência e a preparação dos alimentos por Joceval Santos, além dos músicos Alysson Bruno, Cauê Silva, Edno Rodrigues, Renato Pereira, Mateus Nunes
e Víh Davice.
A duração é de 2h30, com três atos e intervalos. A entrada e circulação de visitantes no octógono será controlada para não interferir no bom andamento da performance. O objetivo é promover um revezamento de público para que o maior número de pessoas interessadas possa presenciar de perto a performance.
Os visitantes poderão também acompanhar através de um telão com transmissão ao vivo, ao lado do octógono. O público não poderá filmar nem fotografar.
Todo o ritual é acompanhando por seis alabês, os músicos sacros, e conduzido por Ayrson Heráclito que foi consagrado Ogã, aquele que fica lúcido em todas as ações e responsável pelo respeito e harmonia nos terreiros. Por conta desse cargo, o artista está apto a conduzir o ritual Bori, seguindo os próprios preceitos do candomblé.
Para a ornamentação das cabeças, serão usados alimentos como quiabos, feijão, espigas de milhos, batatas doces, entre outros. Após a performance, as comidas serão doadas ao espaço cultural e social Teatro de Contêiner Mungunzá para realização e distribuição de sopão à população que se encontra em situação de vulnerabilidade social.
Serviço:
11.08.2022 das 17h às 19h30
Bori -- Performance do artista Ayrson Heráclito
12 performers
Seis músicos
4 atos
Duração total: 2h30
Pinacoteca Luz -- Octógono
Praça da Luz, 2, Bairro da Luz
De quarta a segunda, das 10h às 18h.
Ingressos no site da Pinacoteca
R?20 (inteira), R?10 (meia-entrada) na bilheteria física ou no site do museu.
A partir de 18h a entrada será gratuita no museu -- Quintas gratuitas, patrocínio B3.
Exposição
Ayrson Heráclito: Yorùbáiano
Período: até 22 de agosto de 2022
Curadoria: Amanda Bonan, Ana Maria Maia e Marcelo Campos
Pinacoteca Estação
Largo General Osório, 66, Luz, São Paulo, SP
De quarta a segunda, das 10h às 18h
Entrada gratuita na bilheteria física ou no site