Cinema / Palco

Circo Crescer e Viver exibe gratuitamente o filme do espetáculo Cão sem Plumas

Da diretora e coreógrafa Deborah Colker, baseado no poema homônimo de João Cabral de Melo Neto

Foto: Divulgação / Cia. de Dança Debora Colker
dança

Agente da cultura efervescente do Rio de Janeiro, o Circo Crescer e Viver vai exibir, dia 21 de junho, às 19h, o filme do espetáculo ‘Cão sem plumas’, da diretora e coreógrafa Deborah Colker, baseado no poema de mesmo nome de João Cabral de Melo Neto, seguido de uma conversa com a coreógrafa, sobre tudo o que envolve o universo da criação artística.

Em seu espetáculo ‘Cão sem Plumas’, que tem direção Claudio Assis, a coreógrafa marca esse híbrido de linguagens artísticas. O texto acompanha o percurso do rio Capibaribe, enquanto a obra mescla dança e documentário para denunciar tudo aqui que é inconcebível.

O espetáculo 

Deborah Colker faz em Cão sem plumas, baseado no poema homônimo de João Cabral de Melo Neto (1920-1999), seu primeiro espetáculo de temática explicitamente brasileira. A estreia internacional acontece em 3 de junho, no Teatro Guararapes, em Recife. A Cia. Deborah Colker conta com o patrocínio da Petrobras desde 1995.

Publicado em 1950, o poema acompanha o percurso do rio Capibaribe, que corta boa parte do estado de Pernambuco. Mostra a pobreza da população ribeirinha, o descaso das elites, a vida no mangue, de “força invencível e anônima”. A imagem do “cão sem plumas” serve para o rio e para as pessoas que vivem no seu entorno.

A inquietação e o gosto pela diversidade não se tornaram uma marca do trabalho Deborah Colker por acaso. Criada entre a solidão do estudo do piano clássico e a prática de um esporte coletivo, o voleibol, a coreógrafa carioca iniciou-se na dança contemporânea como bailarina do Coringa, da uruguaia Graciela Figueroa, grupo que marcou época no Rio de Janeiro dos anos 1980.

Em 1984, a convite de Dina Sfat, atriz de contornos mitológicos na cena teatral brasileira, deu início àquela que seria a principal vertente de sua carreira nos dez anos subsequentes: diretora de movimento -- expressão especialmente cunhada para ela pelo encenador Ulysses Cruz para sublinhar a relevância de seu trabalho no resultado final de algumas dezenas de espetáculos de teatro com que colaborou neste período.

A rubrica, que acabaria se incorporando ao jargão cênico brasileiro, aplica-se também, e com precisão, ao papel que desempenhou, por exemplo, na criação dos movimentos dos bonecos-cachorros da TV Colosso -- um marco na programação televisiva infantil brasileira dos anos 1990.

Instalados na Cidade Nova desde 2004, o Circo Crescer e Viver desenvolve programas, projetos e atividades nos campos da formação, criação e difusão das artes circenses e performáticas que beneficiam centenas de crianças, adolescentes e jovens. O espaço também tem se consolidado como uma casa de entretenimento ao vivo, acolhendo e apresentando uma variada programação de shows musicais e espetáculos de circo, teatro e dança de diferentes grupos, companhias e artistas.