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Peça-Filme baseada Tudo que você precisa é amor ganha temporada on-line

Baseado no espetáculo solo escrito e encenado por Felícia de Castro

Foto: Nti Uirá
Tudo que você precisa é amor

Transitando de forma visceral, por infância e ancestralidade, vida e morte, violência e amor, o acontecimento cênico “Tudo que você precisa é amor” traz uma mulher e uma criança em busca de algo que faça sentido, num mundo devastado pela lógica patriarcal. Ancorada na palhaçaria feminista e na função sagrada do riso, a performance parte da pesquisa e da mitologia pessoal da artista Felícia de Castro que encontra a mitologia arquetípica de deusas obscenas de antigas culturas matriarcais e convoca-nos a um encontro tragicômico de luzes e sombras.

Felícia ressalta que o espetáculo nasce, para além da sua prática de mais de 20 anos de palhaçaria, da experiência com inúmeras mulheres na vivência O Riso que Habita o Ventre da Terra, que realiza há 13 anos. “Viver este mergulho na palhaçaria feminista com outras mulheres afetou muito meu corpo e minha sensibilidade, trazendo muitas reflexões, investigações, questões pessoais e coletivas, e muito material para criação”, completa.

O solo escancara de forma crua, trágica e cômica as profundezas humanas em todo seu potencial para a violência e revela o prazer, a mulher e o amor como a grande revolução. “A palhaçaria é uma arte que traz uma cura para si e para o mundo. O riso é libertador de luz e harmonia. As palhaças são porta-vozes disso, desde os tempos mais antigos”, realça a atriz.

O espetáculo, que estreou na Sala do Coro do Teatro Castro Alves em 2018, com direção de Felícia de Castro e Alexandre Casali, agora volta à cena em uma versão audiovisual, co-dirigida por Nin la Croix. A peça-filme busca transportar para o vídeo o ritmo, o impacto e a sensibilização do público, contando com a força das imagens, ferramentas técnicas e de edição, mesmo prescindindo da presença física da atriz. “No teatro, acontece uma catarse, o público tem uma reação tanto de riso quanto de choro. É o riso que abre para receber verdades sérias, sobre a morte, abuso infantil e violência contra a mulher. E essa é a função do riso que existe em diversas culturas e em etnias indígenas ainda hoje. Nosso desafio é como levar isto para uma obra fílmica, sem perder o cômico, fazendo a curva da Medicina do Riso acontecer”, completa Felícia.

O projeto foi contemplado pelo Edital Setorial de Circo 2019 e tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda, Fundação Cultural do Estado da Bahia e Secretaria de Cultura da Bahia.

Felícia de Castro 

Felícia de Castro é artista, mulher negra e ma?e. Ha? quase trinta anos, desenvolve um trabalho como performer e criadora, que tem sido reconhecido como despertador de caminhos, de reconexo?es e curas e disparador de processos de criac?a?o e de responsabilidade com a vida. Palhac?a feminista, investiga o grotesco, o tragico?mico, o riso, a sexualidade, o prazer e a palhac?aria sagrada, temas que a levaram à pesquisa de mitologias como a da Baubo e da Ancestralidade da Mulher Cômica. Tem como fundamentos a arte-ritual e as culturas brasileiras e origina?rias. A danc?a butoh e a natureza influenciam completamente seu trabalho. É mestra em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia.

https://vimeo.com/feliciadecastro

Gratuito

 

Ficha técnica 

Concepção, Texto e Atuação: Felícia de Castro

Dramaturgia e Direção: Felícia de Castro, Alê Casali e Nin La Croix

Técnicas de Palhaçaria: Alê Casali

Direção de Audiovisual e Edição: Nin La Croix

Assistência de Direção: Ana Scheidegger Maia

Produção Executiva: Renata Hasselman

Assistência de Produção: Iajima Silena

Direção de Fotografia: Nin La Croix

Concepção de Luz Cênica: Moisés Victório

Operação de luz: Moisés Victório e Ana Scheidegger Maia

Operação de Câmera: Nin La Croix, Fanny Oliveira e Shai Andrade

Projeções: Nin La Croix

Operação de Projeção: Alice Braz

Direção de Arte: Nin La Croix

Cenografia: Shirley Ferreira

Assistente de Cenografia: Dênis Martins

Adereços: Alessandra Santiago, Shirley Ferreira, Laís Guedes (bebê esqueleto), Flávio Oliveira (cabeça Baubo) e Gilvando Correia (caveiras)

Cenotécnicos: Arisson Sena e George Santana

Figurino: Shirley Ferreira e Alessandra Santiago

Costureiras: Cláudia Maria, Lene Lima, Guida Maria e Lucinha

Maquiagem: Thyalle Daien

Som Direto: Vitor Brasileiro

Trilha sonora: Andrea Martins e Ronei Jorge

Operação de Som: Rafaela Moreira

Colorização: Vitor Damasceno

Designer e Fotos: Nti Uirá

Redes Sociais: Iajima Selena e Tayse Cerqueira

Realização: Multi Planejamento Cultural