O segundo álbum da cantora e compositora carioca Julia Mestre começa a ser lançado nesta sexta-feira com o compacto digital “Meu paraíso”.
As duas faixas chegam com a participação dos produtores Lux & Tróia e um clipe pop vintage dirigido por Amine Chalita. Nas imagens, muita liberdade, calor, beijos e participações de nomes da cena contemporânea carioca como Duda Beat, Clara Buarque, Lulu Paranhos, Rubel, Carlos do Complexo, Zé Ibarra e Dora Morelenbaum.
O compacto traz as canções “El fuego del amor” – uma espécie de introdução – e “Meu paraíso”. “Com essas faixas acho que consigo mostrar de verdade o meu paraíso. Dá para enxergar claramente uma nova estética no meu som, puxada para ritmos mais para pista”, revela a cantora. “Os saudosos timbres dos anos 80 e referências em Rita Lee e Marina Lima deram bastante o tom para a construção estética deste compacto”, conclui.
Sobre o álbum completo, produzido por Lux Ferreira em parceria com a própria Julia, ela adianta que se chamará “Arrepiada” e que está previsto para abril, com distribuição da Altafonte. “É um novo estudo do POP/PUNK com abraços na MPB. Uma mistura de teclados e timbres orgânicos que resumem essa minha nova fase”.
Julia Mestre
"A tropicália e o burburinho do agora". Estes são os movimentos citados pela cantora e compositora carioca Julia Mestre quando perguntada quais são as suas influências musicais.
Mas a trilha da artista teve início bem cedo, dentro de casa. Foi o aconchego das lembranças de horas ouvindo música ao lado da mãe, dentro de um carro cheio de CDs, por exemplo, que serviu de semente para despertar em Julia a vontade de criar universos sonoros. Depois de aprender a tocar violão e ganhar um concurso de poesias não restavam muitas dúvidas do caminho que seguiria.
Mas foi quando a produtora e empresária Paula Lavigne a convidou para compor ao lado de Caetano Veloso, Emicida, Lenine, Zé Ibarra e outros, no projeto “I’m Alive”, que toda e qualquer incerteza se desfez.
A partir dali, não parou mais de construir caminhos para verbalizar e concretizar sentimentos por meio de suas músicas - característica aguçada pela admiração por Rita Lee, Cássia Eller e Nina Simone. Aos vinte anos, ela uniu o violão às poesias que criou na tentativa de se entender como adolescente e também jovem adulta.
O resultado foi o EP Desencanto (2017), trabalho marcado pela fusão da delicadeza de seu “Quarto Rosa” - faixa de abertura do EP - à acidez de sua primeira decepção amorosa. No entanto, é o disco de estreia, GEMINIS (ouça aqui), lançado em maio de 2019, o responsável por aprofundar a relação da cantora consigo e com o mundo.
Pautada por temas como as forças elementais, astrologia e a potência feminina, ela seguiu com as apresentações na cena independente do Rio de Janeiro e de São Paulo, além de ter levado o repertório ao Estúdio ShowLivre, onde gravou um disco ao vivo.
A “coleção” de parcerias da artista carioca também foi crescendo: escreveu as músicas “Cores e Nomes” e “LoveLove” para o grupo Gilsons, ambas presentes no EP Várias Queixas (2019).
A última, inclusive, foi cantada por Ivete Sangalo no Carnaval de Salvador. Outro fruto foi a concretização da parceria de Julia com Jaffar Bambirra, no single “KIMBALA” (ouça aqui), lançado pouco antes da pandemia tomar conta de 2020. No mesmo ano, nasceu a parceria de Julia com José Gil, na música “Índia” (ouça aqui), e ainda entram na lista de colaborações da cantora nomes como Ana Caetano, do duo ANAVITÓRIA, Illy, Dora Morelenbaum e Maro.
Rita Lee também ganhou espaço na discografia de Julia ao ser homenageada pela carioca em sua passagem pelo programa “Versões”, do canal BIS.
O episódio, que sucedeu sua participação no “Experimente”, rendeu ainda um EP lançado pelo FARO em dezembro de 2020, em que a artista interpreta "Agora Só Falta Você" e "Papai Me Empresta o Carro" .
No momento, a cantora se prepara para trazer ao mundo o seu novo trabalho, intitulado ARREPIADA. O álbum marca a estreia da cantora e compositora como produtora musical em uma criação própria, ao lado de Lux Ferreira.