Cidade

Morre o historiador Cid Teixeira

Ele tinha 97 anos de idade

Cid Teixeira morreu em sua casa, no bairro da Pituba, em Salvador, enquanto dormia.

Cid José Teixeira Cavalcante nasceu na Ilha de Maré, no dia11 de novembro de 1924.

Primeiro dos cinco filhos de Cidália e José, foi chamado Cid José, porém ficou mesmo conhecido como Cid Teixeira. Estudou no antigo Ginásio da Bahia (1936-1943) e formou-se em Direito pela UFBA (1944-1948). Entretanto, jamais foi advogado. D

esde cedo dedicou-se ao estudo de História, como funcionário do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia. Ali iniciou-se em pesquisas, como copista de documentos.

Já em 1944 começou a carreira de magistério secundário, sendo admitido, dois anos depois, enquanto ainda estudava de Direito, como auxiliar de ensino da Escola de Belas Artes da UFBA, na cadeira de História da Arte.

Em 1949 fez concurso para rede estadual de ensino secundário e, logo em seguida, para livre docente na Universidade da Bahia. Desde então, tem se dedicado ao magistério de História na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA e na UCSal.

Foi também diretor da Fundação Gregório de Mattos e implantou o Serviço de Rádio Educação do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia. Atuou como jornalista em vários periódicos de Salvador e teve centenas de artigos publicados em jornais e revistas, além de vários livros editados.

Desde de março de 1993, ocupa a cadeira de número 19 da Academia de Letras da Bahia. A frase escrita no epitáfio de Afrânio Peixoto é usada por Cid Teixeira para se autodefinir: “Ensinou, escreveu, nada mais lhe aconteceu”.

Em 1992 foi condecorado com a medalha Tomé de Sousa, concedida pela Câmara Municipal de Salvador.

Em 2013, aos 88 anos, recebeu a comenda 2 de Julho, concedida pela Assembleia Legislativa da Bahia.

Livros publicados

-- História da Armação
-- O Morgado em Portugal e no Brasil
-- Bahia em Tempo de Província (1986)
-- Nordeste Histórico e Monumental (1991), com Clarival do Prado Valladares, Kátia do Prado Valladares e Marcos Antônio do Prado Valladares.
-- História do Petróleo na Bahia (2010), com Daniel Rebouças Carvalho e Fernando Oberlander
-- História da Energia Elétrica na Bahia. Salvador: EP&P, 2005.
-- História da Mineração na Bahia
-- Caminhos, Estradas e Rodovias
-- Histórias, Minhas e AlheiasSalvador: EP&P, 2002
-- "As grandes doações do 1º governador. Terras do Rio Vermelho ao Rio Joanes: Conde da Castanheira, Garcia D’Ávila e Senado da Câmara". In: TEIXEIRA, Cydelmo (coord.). A Grande Salvador. Posse e Uso da Terra. Projetos Urbanísticos Integrados. Coleção projetos urbanísticos integrados. Salvador: Governo do Estado da Bahia, 1978. Capítulo III.
-- Salvador: História Visual. Salvador: Correio da Bahia, 2001

Repercussão

Para Fernando Guerreiro, atual presidente da FGM, o ex-presidente Cid Teixeira, era um "grande professor, apaixonado pela nossa história e pelo nosso povo. Ele dedicou sua vida a entender e explicar para seus milhares de alunos e admiradores o nosso modo de ser e de viver. Através dele nos reconhecemos enquanto baianos, particulares e apaixonantes. Professor, siga em paz, sua contribuição é inesquecível, sua vida um exemplo. Palmas de pé!”

A deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA), considerou a morte de Cid Teixeira "uma grande perda para a cultura e a história da Bahia e do Brasil".