Bahia

Mais de 245 mil raios caem sobre a Bahia desde o início de novembro

Veja a previsão do tempo para o fim de semana

A Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) tem causado chuva intensa sobre o estado da Bahia desde o início de novembro, com acumulados que já ultrapassam a marca dos três dígitos nesse período em diversos municípios da região, como em Lauro de Freitas, Maragogipe e Juazeiro.

Em Salvador, somente entre os dias 3 e 5 de novembro os acumulados de chuva alcançaram 98,8mm pela estação meteorológica do Inmet, valor que representa quase toda a média Climatológica para o mês de novembro, igual a 106,6mm na cidade.

Além dos altos volumes de chuva registrados no estado, foram mais de 245 mil raios registrados no estado baiano neste mês de novembro, e para fins de comparação, no mesmo período do ano passado foram registrados cerca de 60 mil raios no estado, de acordo com os dados disponíveis pelo EarthNetworks.

De acordo com a Climatempo, a contagem do número de raios é feita considerando os raios que acontecem entre as nuvens, sem contato com o solo, e também as descargas que acontecem entre a nuvem e o solo (mais comuns).

A previsão para este sábado (6 de novembro) é de tempo instável em toda a Bahia.  O litoral se manterá com possibilidade de chuvas de intensidade fraca a forte, com os maiores volumes de precipitação esperados para a região do Baixo Sul. No setor centro-oeste, chuvas periódicas de intensidade fraca a moderada. Chapada Diamantina e Região Sudoeste terão um dia nublado e com chuvas de intensidade fraca a forte. Os maiores volumes deverão ocorrer, sobretudo a partir do fim da tarde.

O domingo (7) será de tempo Instável com céu nublado e possibilidade de pancadas de chuvas em todo o estado. Municípios costeiros deverão ter chuvas periódicas de intensidade fraca a forte. Setor centro-oeste terá chuvas de maior intensidade na sua porção Norte, com possibilidade de trovoadas e descargas elétricas. Chapada Diamantina e Região Sudoeste poderão ter volumes expressivos nesse dia, com possibilidade de tempestades e descargas elétricas.

Na segunda-feira (8), a tendência é de chuvas periódicas em todo o estado. Os maiores volumes deverão ficar no setor centro-oeste e regiões da Chapada Diamantina e baixo Sul.

No período em que o tempo estiver chuvoso, as praias podem ser contaminadas por arraste de detritos diversos, carregados das ruas através das galerias pluviais, podendo causar doenças. Além disso, é desaconselhável, ainda em dias de sol, o banho próximo à saída de esgotos, desembocadura dos rios urbanos, córregos e canais de drenagem.

Praias impróprias 

São Tomé de Paripe  (em frente à casa Vila Maria, ao lado da rampa de acesso à praia), Periperi (na saída de acesso à praia, após travessia da via férrea), Tubarão (em frente ao conjunto habitacional abandonado, próximo à antiga fabrica de cimento), Pedra Furada (atrás do Hospital Sagrada Família, em frente à ladeira que dá acesso à praia), Porto da Barra (Av. Sete de Setembro, em frente à Rua César Zama, junto à escada de acesso a praia), Boca do Rio (em frente ao posto Salva Vidas).

Costa dos Coqueiros - Arembepe (em frente à casa dos pescadores e Igreja de Arembepe).

Raios em Salvador

Rajadas de vento com velocidade de até 47,5km/h acompanhadas de fortes chuvas atingiram Salvador na madrugada de quarta-feira (3). O fenômeno ocorreu devido à chegada da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), banda de nebulosidade persistente que produz grandes volumes de chuva, associada a um Sistema Frontal (Frente Fria), ocasionando além das chuvas, trovoadas e rajadas de vento, com riscos para alagamentos e deslizamentos de terra.

A noite de quinta-feira (4) registrou mais de 460 raios em apenas duas horas na capital baiana. De acordo com o Climatempo, foram 468 ocorrências do tipo entre 17h e 19h. 

O acumulado de chuvas em outubro foi de 144,4mm, 51,7% acima da Normal Climatológica para o período - 95,2mm, registrada pela Estação Pluviométrica do Inmet, instalada em Ondina. Este foi o outubro mais chuvoso dos últimos 8 anos, sendo superando apenas em 2013 quando choveu 219,4mm. As informações são do Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil de Salvador (Cemadec).

Mais raios

Um livro recém-lançado por cientistas do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (ELAT/INPE) revela que a incidência de raios no Brasil deve aumentar substancialmente devido às mudanças climáticas.

Na publicação, intitulada de "Brasil: Campeão mundial de raios", os cientistas Osmar Pinto Jr. e Iara Cardoso alertam que o número de descargas elétricas no país subirá para uma média de 100 milhões por ano até o fim do século.

O Brasil é o país mais atingido por raios no mundo, com média de 70 milhões por ano.

O livro, que reúne dados inéditos coletados ao longo de três décadas de estudo, destaca que o maior aumento (cerca de 50%) ocorrerá na Amazônia, local que já é o mais atingido por descargas atmosféricas no Brasil, considerando tamanho e frequência de tempestades. Segundo os autores, análises realizadas via imagens de satélite revelaram que uma área da floresta a cerca de 100km de Manaus, às margens do Rio Negro, e com área aproximada de 25m², é atingida por raios 250 dias por ano.

Para as demais regiões do Brasil, espera-se um aumento de descargas elétricas entre 20% e 40% no Sul, Sudeste e Centro-Oeste (índice que varia dentro de cada Região), e de cerca de 10% no Nordeste, região que já é mais seca e consequentemente tem menos tempestades em relação às demais áreas do país.

Para realizar as projeções, os pesquisadores usaram como base os 12 principais modelos meteorológicos do mundo, que indicam a mesma tendência: aumento do calor e, consequentemente, maior índice de tempestades e raios. O aumento no número de dias de tempestade por grau de elevação na temperatura é de 35% no Hemisfério Sul. Já a temperatura global subiu 1,18ºC desde o fim do século XIX, sendo os últimos sete anos os mais quentes já registrados na história.

Ainda segundo os pesquisadores, aumentos maiores podem ocorrer em pequenas regiões ou durante alguns fenômenos climáticos, como El Niño e La Niña. No ano passado, por exemplo, a La Niña provocou a ocorrência de mais tempestades, que resultaram num total de 110 milhões de raios no país.