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Solo "A Filha da Monga" faz temporada no Domingo no TCA

Zeca de Abreu protagoniza peça que vai ao ar no YouTube do TCA e na TVE Bahia

Foto: Gabrielle Guido
O Domingo no TCA é uma iniciativa do Teatro Castro Alves
A Filha da Monga

O Domingo no TCA celebra os 30 anos de carreira da atriz Zeca de Abreu, e marca a sua formatura na Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia (UFBA), com a exibição do espetáculo “A Filha da Monga”.

O monólogo tem texto inédito de Luiz Marfuz, que também assina a direção, e faz parte da programação do projeto dominical do Teatro Castro Alves. Neste dia 26 de setembro, às 11h,  o vídeo vai ar no canal do TCA no YouTube (www.youtube.com/teatrocastroalvesoficial) e, por conta da classificação indicativa, às 22h, na TVE Bahia: na televisão ou em www.irdeb.ba.gov.br/tveonline. A peça poderá ser assistida no YouTube do TCA até o dia 29 de setembro, quarta-feira.  

“A Filha da Monga” nasceu na formatura de Zeca, resgatando um ciclo interrompido há três décadas, quando a artista deixava a graduação na UFBA para integrar elencos de peças profissionais. A peça traça a história de uma jovem que é obrigada pelo padrinho a trabalhar num parque de diversões no papel da mulher que vira monstro, a Monga, seguindo os passos da mãe. Ela tenta quebrar essa cadeia de sucessão para poder viver os ritos de passagem de sua vida na infância, na adolescência e na vida adulta. Para isso, precisará enfrentar a hostilidade dos homens que, antecipadamente, reservaram um papel para ela. Entre a realidade e a imaginação, a trama percorre a jornada de afetos da história dessa mulher. 

“A peça procura tocar algumas questões incômodas que atravessam temas e instituições como a escola, a família, a religião, a psiquiatria, a sexualidade, a violência doméstica e a indústria de entretenimento. Trata-se, no fundo, da reconstituição da jornada de afetos e agruras de uma mulher”, conta Luiz Marfuz, que escreveu a obra especialmente para Zeca após um pedido da atriz que aconteceu três anos atrás. Naquela época, os dois se reuniram, Marfuz escreveu algumas cenas, mas a história não avançava muito. Foi então que, em dezembro de 2020, já durante a pandemia, o projeto foi retomado.  

“Escrevi o texto entre janeiro e março deste ano, a maior parte em Coaraci, minha cidade natal. Foi aí que me veio a lembrança da Monga, fenômeno que sempre acompanhei nos circos e parques de diversões do interior e que me intrigava muito. Eu ficava fascinado por aquela transformação e só mais tarde vim a saber que era um truque de espelho, que mulher nenhuma virava monstro. Então surgiu a pergunta-guia: qual seria a história de uma mulher que faz o papel de monstro numa tenda noturna, todos a reconhecem como tal, mas o que ela deseja é simplesmente ser mulher?”, compartilha Luiz Marfuz. 

Para Zeca de Abreu, é uma estreia especialmente simbólica, pois marca o seu retorno à Escola de Teatro depois de uma carreira artística consolidada, premiada como atriz e diretora, com dezenas de trabalhos em teatro, cinema e televisão.

“Estou ao mesmo tempo completando 30 anos de carreira e me formando no curso de interpretação teatral na Universidade Federal da Bahia. Me formar tem muitos significados. Voltei a estudar porque acredito que a vida é um eterno aprendizado”, comenta a artista, que reuniu no projeto uma grande equipe artística e mobilizou uma extensa rede colaboradores, que viabilizou o projeto através de uma campanha de financiamento coletivo que arrecadou R$11 mil reais. “No meio dessa pandemia, fazer teatro é muita loucura. Estou honrada por ter tanta gente do meu lado”, complementa Zeca. 

 

Anote

O Quê: Domingo no TCA  - “A Filha da Monga” 

Quando: 26 de setembro de 2021 (domingo) 

Onde: Exibição às 11h no YouTube do TCA (www.youtube.com/teatrocastroalvesoficial) 

  e às 22h na TVE Bahia 

Classificação: 14 anos