O preço dos combustíveis pressionou a inflação
Em agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, calculado pelo IBGE, ficou em 0,70% na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
Houve uma terceira desaceleração seguida em relação à taxa do mês anterior: o IPCA havia sido de 0,75% em julho, 0,86% em junho e 1,12% em maio. Ainda assim, foi a maior inflação para um mês de agosto na RMS em 20 anos, desde 2001, quando o índice havia ficado em 1,14%.
O IPCA da RM Salvador ficou abaixo do registrado no país como um todo, onde a inflação foi de 0,87%. Foi ainda o 10º entre as 16 áreas investigadas separadamente pelo IBGE.
A inflação foi mais alta em Brasília (1,40%), Vitória/ES (1,30%) e na RM Curitiba/PR (1,21%). No outro extremo, ficou mais baixa nas RMs Belo Horizonte/MG (0,43%) e Fortaleza/CE (0,43%) e no município de Rio Branco/AC (0,54%).
Com o resultado do mês, o IPCA na RM Salvador tem alta de 5,64% no acumulado de janeiro a agosto de 2021. A inflação acumulada no ano está ligeiramente abaixo da nacional (5,67%), supera a de 2020 (4,31%) e se mantém a maior para um ano desde 2016, quando o IPCA fechou dezembro com uma alta de 6,72%.
Nos 12 meses encerrados em agosto, a inflação na RM Salvador ficou em 8,59%. Seguiu acelerando em relação aos 7,98% registrados nos 12 meses encerrados em julho, embora ainda se mantenha abaixo do acumulado no país como um todo (9,68%).
ito dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA apresentaram altas, na Região Metropolitana de Salvador.
Apenas o grupo habitação (-0,10%) teve deflação no mês, influenciado, sobretudo pelo aluguel (-1,16%) e pela energia elétrica (-0,32%), que mostrou recuo após aumentar seguidamente desde abril, acumulando alta de 9,78% no ano de 2021.
Os alimentos voltaram a ser a principal pressão inflacionária na RM Salvador, em agosto, com alta de 1,02%. Foram puxados pelos produtos consumidos em casa (1,41%), sobretudo leite e derivados (3,96%), com o leite longa vida subindo 5,38%; aves e ovos (2,89%); panificados (pães em geral, com 1,90%); e o café moído (7,87%).
O aumento médio das despesas com transporte (0,60%) exerceu a segunda maior pressão de alta no custo de vida em agosto, na RMS. O grupo foi puxado pelos carros novos (3,33%) e usados (2,03%).
A gasolina também seguiu em alta (0,39%), embora desacelerando em relação a meses anteriores. No ano de 2021, já acumula aumento de 33,65%, o segundo mais intenso entre as centenas de itens pesquisados para formar o índice de inflação.
O grupo vestuário (2,16%) também teve aumento importante em agosto, na RMS, e deu a terceira principal contribuição para a elevação do IPCA no mês. Foi puxado pelas roupas femininas (2,79%), masculinas (2,20%) e pelo calçados e acessórios (2,06%).
Na Região Metropolitana de Salvador, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação das famílias com menores rendimentos (até 5 salários mínimos), ficou em 0,76% em agosto, um pouco maior que o IPCA (0,70%).
Foi o 10º maior índice para o mês entre as 16 áreas pesquisadas, ficando abaixo do resultado do país como um todo (0,88%). Ainda assim, foi o maior INPC para um mês de agosto na RMS desde 2002, quando o resultado havia sido de 0,97%.
Praticamente não houve variação em relação a julho, quando o INPC da RM Salvador havia sido de 0,75%.
De janeiro a agosto de 2021, o INPC acumula alta de 5,89% na RMS e chega a 9,14% nos 12 meses encerrados em agosto. No Brasil como um todo, os acumulados são, respectivamente, 5,94% e 10,42%.