Cidade

Painel de Carybé (no centro de Salvador) está ameaçado

O Sinjorba está ingressando com uma ação judicial por danos material e moral

A sede do Sinjorba-Sindicato dos Jornalistas da Bahia e o painel “A Colonização do Brasil” do artista plástico Carybé, ambos localizados no edifício Bráulio Xavier, na tradicional Rua Chile, centro de Salvador, estão ameaçados.

Isso porque uma infiltração originada no 5º andar do prédio já destruiu a sala 401 e agora ameaça a sala 301, pertencente ao Sinjorba.

“O problema já vem de alguns anos e o condomínio não consegue que o responsável tome as providências necessárias”, denuncia o presidente do Sinjorba, Moacy Neves. Segundo ele, a infiltração vem de um terraço localizado no 5º andar, cujo dono é também o proprietário de todas as salas do pavimento.

Segundo Moacy, a sede do Sindicato sofre com infiltração em todas as paredes, goteiras, deterioração e quebra do piso de cerâmica. O curto-circuito na instalação elétrica já provocou a perda de um computador. “Há risco estrutural e humano, uma vez que a qualquer momento partes do teto podem desabar ou uma pessoa pode tomar choques elétricos”, reclama. Além disso, documentos e publicações do acervo da entidade já foram perdidos por causa do mofo e de um alagamento ocorrido em julho de 2020.

O sindicalista lamenta que além da sede do Siniorba, único bem que o Sindicato dispõe, o painel de Carybé, instalado na lateral do prédio e que é tombado pela Fundação Gregório de Matos, já está sofrendo as consequências da infiltração. “Trata-se de um dos mais belos registros do artista em Salvador, em uma área turística que está sendo revitalizada, com a abertura de hotéis, obras públicas e reforma de prédios antigos”, registra Moacy. Para ele, a cidade pode perder o monumento muito em breve.

Medidas judiciais

O Sinjorba está ingressando com uma ação judicial por danos material e moral contra o proprietário do terraço de onde se origina o vazamento e está acionando a Codesal e a Fundação Gregório de Matos para que sejam tomadas providências. “Já tentamos contato com o condômino várias vezes e não conseguimos, restando-nos agora o apelo à Justiça, para evitar ainda mais prejuízos financeiros e administrativos”, afirma Moacy Neves.

Uma ação judicial do condomínio do edifício Bráulio Xavier, contra o proprietário do quinto andar e mais dois sócios, está em curso na 7ª Vara Cível de Salvador. Existe, inclusive, uma determinação da Justiça para que ele resolva o problema. “A sala 401 já foi destruída pelo vazamento e agora o dano atingiu a sede do Sinjorba, o que vai nos obrigar a ter que deixar o local nos próximos dias”, diz o presidente da entidade.

No dia 8 de julho o condomínio ingressou com nova petição no processo, dessa vez informando sobre o avanço dos danos sobre os demais imóveis do prédio. No documento, é informado do risco de desmoronamento caso não seja feita uma intervenção urgente.