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Bailarino usa a ancestralidade africana em "Rio sem margem"

A montagem unifica dança, vídeo, projeção, cenário e interpretação corporal

Foto: Anderson Soares/Divulgação
A obra é um dos 25 projetos contemplados pelo Prêmio Festival Funarte

O espetáculo Rio sem Margem, do coreógrafo e bailarino Elísio Pitta, da Bahia, estreia no Festival Funarte Acessibilidança na quarta-feira (18 de agosto), às 20h.

A montagem utiliza elementos da dança moderna, do teatro, da dança dos orixás, da capoeira e outros símbolos da ancestralidade africana.

A obra é um dos 25 projetos contemplados pelo Prêmio Festival Funarte Acessibilidança Virtual 2020, que serão apresentados até outubro. A exibição em vídeo, gratuita e com audiodescrição e Libras, será realizada no canal da Funarte no YouTube.

Todos os espetáculos já lançados ficam disponíveis em: bit.ly/FunarteYouTubeFestivalAcessibiliDanca.

Rio sem Margem unifica dança, vídeo, projeção, cenário e interpretação corporal em Libras. O espetáculo foi elaborado, montado e encenado de forma remota.

Segundo Elísio Pitta, cumprir o cronograma de ações foi um desafio e, ao mesmo tempo, uma fonte de descobertas. “Estudamos e construímos juntos sob uma narrativa virtual e de muita observação. Tivemos que aprender a respirar, a se adaptar, a testar novas formas de trabalho e a entender as limitações do outro”. E reforça: “Participar do Festival Acessibilidança é um dos pontos altos na nossa trajetória neste ano de 2021. Foi como um oásis em meio a este deserto de oportunidades que se instaurou em nossas vidas, como artistas e criadores da dança”.

De acordo com Elísio Pitta, a obra coreográfica pretende refletir sobre o momento atual e a vida diante da pandemia.

“Há uma lenda africana que fala sobre um rio que tinha pavor de desembocar no mar, por medo de desaparecer. Esse medo o fez olhar para o passado e ver como foi a sua trajetória: as intermináveis curvas que fez, os morros que atravessou, os povoados que saciaram sua sede nele, os dias de verão em que muitos se divertiram no seu leito e tantas coisas que iriam se perder. Porém, ao chegar ao seu destino, descobre que era impossível retornar, já que ninguém pode retornar na existência. O rio entrou no mar seguindo o seu curso e, naquele momento, descobriu que não se tratava de desaparecer e, sim, de se tornar oceano.”

Nesta terceira etapa o Festival Funarte Acessibilidança apresenta sete espetáculos da Região Nordeste. Estado de Apneia, do Rio Grande do Norte; Ensaio sobre o Silêncio, de Pernambuco; e Maré – Versão virtual e acessível, também do Rio do Grande do Norte, já estão na plataforma de vídeos. A agenda continua no dia 25 de agosto, com Plenitude, do Piauí.

Em setembro, entram em cartaz: Ah, se eu fosse Marilyn!, da Bahia, no dia 1º; e Proibindo Elefantes, do Rio Grande do Norte, no dia 8.

O festival teve início em junho, com grupos da Região Norte. No mês de julho, foi a vez da Região Sul mostrar os seus talentos.