Isso por causa da forte adesão dos cerca de 20 condomínios, situados na região, ao programa Dê a Mão Para o Futuro (DAMF).
Criada pela ABIHPEC -Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, e realizado em parceria com ABIPLA e ABIMAPI a iniciativa tem por objetivo unir ações que viabilizem a reciclagem de resíduos sólidos urbanos, reduzindo assim o volume de materiais que seriam destinados aos aterros e, em paralelo, criar condições para a melhoria das condições de trabalho e qualidade de vida dos catadores de materiais recicláveis.
Em pouco mais de cinco meses, entre dezembro de 2020 e abril de 2021, o programa Dê a Mão para o Futuro – que conta com a assessoria técnica da Visões da Terra, empresa de consultoria em sustentabilidade – conseguiu o engajamento de cerca de 10 mil moradores, sobretudo de condomínios, contribuindo para a reciclagem de 11 toneladas de resíduos, que são coletados por trabalhadores de três cooperativas da região metropolitana de Salvador. Vale destacar que todo o processo de implementação da parceria observou os cuidados sanitários neste momento de pandemia.
O primeiro condomínio a aderir ao Programa serviu de exemplo para que logo essa iniciativa se espalhasse pela vizinhança. Feliciano José de Almeida Filho, do condomínio Niccoló Paganini, recebeu as orientações técnicas para que fosse criado um espaço de armazenamento de resíduos recicláveis, que até então não existia, além das campanhas de conscientização que foram feitas entre os moradores.
Bernadete Lima do Amor Divino, moradora do condomínio Palazzo Positano, conta que “o fato de a coleta ser feita periodicamente é muito importante, pois não acumula resíduos no prédio". Outro diferencial do projeto foi que as orientações para uma separação de resíduos mais simplificada, de recicláveis e não recicláveis "facilitaram muito o processo, contando com a rápida adesão dos moradores”.
A expectativa é de que nos próximos meses o impacto positivo do programa “Dê a Mão para o Futuro” aumente na região, com a adesão de novos condomínios. “Temos ações em andamento em cerca de oito grandes condomínios do Alto do Itaigara, que aguardam a melhoria da situação da pandemia para a implantação efetiva entre os moradores”, antecipa Oriana Rey da Visões da Terra.
“Nossa expectativa é que a adesão destes condomínios, somente no Alto do Itaigara, seja responsável por cerca de 5 toneladas de materiais de reciclagem, com engajamento de 410 domicílios, ou 1,2 mil pessoas", disse.
Além do Itaigara o programa está também construindo parcerias com condomínios do Horto Florestal, Stella Mares, Engenho Velho da Federação, Rio Vermelho, Pituba e Imbuí.
Esse acréscimo no engajamento da população para a promoção da coleta seletiva impulsionado pelo programa DAMF, que atua na Bahia desde outubro de 2018, possibilita que os 70 trabalhadores das cooperativas parceiras consigam manter sua geração de renda, mesmo com o fechamento de outros parceiros que interromperam suas atividades na pandemia.
Participam a Coopcicla (Cooperativa dos Agentes Autônomos de Reciclagem Responsabilidade), Coopmarc (Cooperativa de materiais recicláveis de Camaçari e Prestação de Serviço), Cooperbari (Cooperativa de Trabalho dos Recicladores da Unidade de Ogunjá) e Cooperes (Cooperativa de Reciclagem e Serviços do Estado da Bahia).
Os 70 catadores das cooperativas Cooperbari, Cooperes, Coopmarc e Coopcicla recolhiam aproximadamente 180 toneladas de resíduos recicláveis mensalmente. Após um ano da implantação do Programa, houve um aumento de 20% de materiais recicláveis que chegaram às associações.
Até o momento, 86 estabelecimentos, em especial condomínios residenciais, já fazem parte do ciclo de engajamento de parceria com essas cooperativas, totalizando aproximadamente 3.540 domicílios. São cerca de 10 mil pessoas atendidas direta ou indiretamente.
Benefícios
Dentre as ações do “Dê a Mão para o Futuro” que proporcionaram ampliar a coleta seletiva da cidade, beneficiando também os catadores dessas associações, vale destacar a doação de um novo e moderno caminhão para a cooperativa Cooperbari.
Já as cooperativas Cooperes, Coopmarc e Coopcicla e Cooperbari, após o diagnóstico participativo, decidiram utilizar o recurso do Programa para a compra, reforma e manutenção dos veículos de coleta, para reformas no galpão e para a aquisição de equipamentos que facilitam a coleta dos materiais recicláveis.
Também foram realizadas importantes ações nos aspectos de gestão administrativa. As quatro cooperativas receberam do Programa DAMF equipamentos como computadores, notebooks e impressoras. Além disso, a Cooperes e a Coopcicla tiveram instalados em seus computadores o software Cata Fácil, que tem o objetivo de potencializar a gestão administrativa e atender às necessidades específicas das organizações de catadores.