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Covid: 97% dos países africanos podem ficar para trás na vacinação

O continente teve um aumento de novos casos pelo terceiro período consecutivo

Foto: Unicef/Catherine Ntabadde
A OMS recomenda que se distribuam vacinas em áreas rurais distantes das grandes cidades

A Organização Mundial da Saúde, OMS, informou que 47 dos 54 países da África não deverão atingir a meta de vacinar 10% de sua população contra a Covid-19 até setembro. O número corresponde a quase 90% das nações do continente. 

Em comunicado, o Escritório Regional para África realça que tal situação somente poderia ser evitada se a região recebesse mais 225 milhões de doses. 

Na última semana, o continente teve um aumento de novos casos pelo terceiro período consecutivo. O fluxo de vacinas é cada vez menor na África que se aproxima de 5 milhões de casos.  Na primeira semana deste mês, a subida foi de 20% das notificações. 

A OMS advertiu que a tendência da pandemia é piorar em 10 países africanos. Quatro tiveram aumento de mais de 30% em novos casos nos últimos sete dias, se comparados à semana anterior. 

Nações como Egito, África do Sul, Tunísia, Uganda e Zâmbia lideram as notificações com 72%. Mais da metade em nove países da África Austral. 

Com 32 milhões de doses, o continente soma menos de 1% dos mais de 2,1 bilhões das unidades administradas globalmente. Apenas 2% de quase 1,3 bilhão de pessoas receberam uma dose e 9,4 milhões estão totalmente vacinadas. 

Terceira onda 

A diretora regional da OMS para a África, Matshidiso Moeti, disse que à medida que uma terceira onda se aproxima, muitos em situação mais frágil continuam perigosamente expostos à Covid-19. 

Ela declarou que os imunizantes provaram eficácia em prevenir casos e mortes, apelando por isso para um compartilhamento de vacinas com urgência. 

Moeti destacou ainda que para os africanos a situação é de vida ou morte, reconhecendo, no entanto, que “a maré está começando a mudar.” Ela notou algumas nações ricas começando “a transformar suas promessas em ações”. 

A OMS África disse que vários países incluindo o Níger e a Cote d’Ivoire ou Costa do Marfim, se destacam no ajuste de suas estratégias de envio de vacinas. 

A recomendação é distribuir em áreas rurais distantes das grandes cidades.  

Outra prioridade seria usar produtos que estejam perto do fim do prazo, abordar obstáculos logísticos e financeiros e atuar para aumentar a demanda pública por vacinas.