As autoridades sanitárias do Chile anunciaram um lockdown em toda a capital Santiago nessa quinta-feira (10), após a divulgação dos piores números de novos casos de covid-19 desde o início da pandemia, apesar de o país já ter vacinado mais da metade de sua população.
O número diário de casos confirmados disparou 17% nas últimas duas semanas em todo o país e 25% na região metropolitana que inclui Santiago, onde está concentrada metade da população.
As unidades de tratamento intensivo na região da capital estão operando com 98% da capacidade. José Luis Espinoza, presidente da Federação Nacional de Associações de Enfermagem do Chile (Fenasenf), disse que seus membros estão "à beira do colapso".
O Chile tem uma das maiores taxas de vacinação do mundo. Cerca de 75% de seus 15 milhões de habitantes já receberam pelo menos uma dose da vacina e cerca de 58% estão completamente imunizados.
O país sul-americano utilizou quase 23 milhões de doses até agora - 17,2 milhões da Sinovac, 4,6 milhões da Pfizer/BioNTech, e menos de 1 milhão de doses da AstraZeneca e da CanSino.
As vacinas não têm 100% de eficácia, como apontam os especialistas médicos, e há um intervalo de tempo até que elas atinjam o máximo de eficiência. Por trás da nova onda também estão o cansaço com a pandemia e o surgimento de novas variantes mais contagiosas do vírus.
Das 7.716 pessoas com infecções confirmadas de covid-19 entre quarta e quinta-feira, 73% não foram totalmente imunizadas e 74% tinham menos de 49 anos de idade, informou o Ministério da Saúde.
Casos caem na Itália
Com a quantidade de casos e mortes por Covid-19 apresentando queda constante, a Itália terá 13 das 20 regiões e províncias autônomas na fase mais branda de controle sanitário a partir da próxima segunda-feira (14).
A afirmação consta no rascunho do encontro entre o Instituto Superior de Saúde (ISS) e o governo italiano e deve ser confirmada até o fim da tarde desta sexta-feira (11).
Passarão para a zona branca de regras sanitárias as regiões da Emilia-Romagna, Lombardia, Lazio, Piemonte e Puglia, além da Província Autônoma de Trento. Com isso, elas se unem às que já estão nessa faixa: Abruzzo, Ligúria, Úmbria, Vêneto, Molise, Friuli Veneza Giulia e Sardenha.
As outras sete regiões italianas vão permanecer na fase amarela, a segunda menos restritiva. A diferença entre ambas é que na branca não há toque de recolher entre meia-noite e 5h, nem controle de pessoas em áreas externas de bares e restaurantes.
Segundo o relatório, 19 das 20 áreas são consideradas de "baixo risco de transmissão". A única exceção é a Sardenha, que tem "risco moderado".
A incidência do coronavírus Sars-CoV-2 na semana entre 4 e 10 de junho é de 25 casos a cada 100 mil habitantes. Outro fator positivo é que todas as regiões estão abaixo do nível crítico de ocupação de áreas médicas específicas para Covid-19, que é de 8%.
"A campanha de vacinação progride velozmente e a incidência está em um nível que permite a contenção de novos casos. Hoje, outras regiões entrarão na zona branca", anunciou o ministro da Saúde, Roberto Speranza.
A Itália passou da marca de 40,5 milhões de doses aplicadas das quatro vacinas usadas no país: Pfizer/BioNTech, Moderna, Oxford/AstraZeneca e Janssen e já abriu a imunização para pessoas com mais de 12 anos.
Já os que completaram o ciclo vacinal somam 13,6 milhões, o que representa 25,7% da população-alvo da campanha. A média das últimas cinco semanas foi a aplicação de 3,4 milhões de doses aplicadas.
Ao todo, o país soma 4.239.868 casos confirmados e 126.855 mortes desde o início da pandemia. A média móvel dos últimos sete dias é de 2.102 contágios e 73 mortes por dia.