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Peruanos vão às urnas neste domingo

Castillo e Fujimori viverão disputada apertada, indica pesquisa

Neste domingo (6), os peruanos irão às urnas para escolher um novo presidente para o país em meio a uma crise política que se intensificou desde o ano passado. Na disputa, estão o candidato da esquerda, Pedro Castillo, e a líder da direita, Keiko Fujimori - filha do ex-ditador Alberto Fujimori.

As pesquisas de intenção mostram que o postulante do Peru Livre tem cerca de dois pontos percentuais a mais do que a representante do Força Popular, o que torna o resultado da disputa bastante incerto.

Na noite desta sexta-feira (4), os dois encerraram suas campanhas e, mesmo com a proibição de aglomerações por conta da pandemia de Covid-19, ambos reuniram uma grande quantidade de pessoas nos eventos.

Castillo tem 51 anos e foi o mais votado no primeiro turno, com 19,1% dos votos. Sua força está localizada mais no interior do país e nas comunidades pobres da capital. Já Keiko conseguiu chegar ao segundo turno com apenas 13,36% dos votos. Aos 46 anos, ela é a "preferida" das faixas mais ricas dos centros urbanos.

A candidata, inclusive cumpre o regime de prisão domiciliar por conta de diversas investigações de crimes, incluindo o recebimento de US$ 1,2 milhão de forma ilegal da construtora brasileira Odebrecht durante a sua campanha à Presidência em 2011. Mas, ela recebeu autorização especial para concorrer.

Neste sábado, o Ministério da Defesa publicou um comunicado oficial em que rechaça que as Forças Armadas "tomarão medidas" caso Castillo vença a disputa.

"A Defesa reitera seu compromisso fiel com a Constituição Política, a democracia e o princípio de neutralidade assumido pelo governo de transição e emergência. Assim reafirmamos o compromisso de respeitar a vontade que o povo expressará nas urnas neste domingo", diz a nota oficial.

O Peru vive em um grave crise política há cerca de 20 anos, mas o clima piorou desde novembro do ano passado, quando o Congresso votou o impeachment do então presidente Martín Vizcarra por "incapacidade moral" de liderar o país.

Depois dele, outros dois políticos assumiram a função: Manuel Merino ficou apenas cinco dias no cargo e Francisco Segasti assumiu de maneira interina entre 15 de novembro e as novas eleições.