Brasil

Amazônia: EUA elogiam carta de Bolsonaro mas pedem ação rápida

Há bastante pressão política para que Biden não libere os recursos para o país

Foto: Isac Nóbrega/PR
Bolsonaro se comprometeu publicamente sobre a redução do desmatamento

O enviado especial para o Clima dos Estados Unidos, John Kerry, usou sua conta oficial no Twitter para falar sobre a carta enviada recentemente pelo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em que o mandatário se compromete a zerar o desmatamento ilegal no país até 2030.

"O compromisso de Jair Bolsonaro com a eliminação do desmatamento ilegal é importante. Esperamos ações imediatas e engajamento com as populações indígenas e a sociedade civil para que este anúncio possa gerar resultados tangíveis", escreveu Kerry.

A carta foi a primeira em que Bolsonaro se comprometeu publicamente sobre o tema e vem na esteira do fato que o governo federal busca obter financiamento dos Estados Unidos para a preservação da floresta amazônica.

No entanto, há bastante pressão política para que Biden não libere os recursos para o país.

Em uma carta assinada nesta sexta-feira (16) por um grupo de 15 senadores democratas, incluindo nomes influentes da sigla como Bernie Sandres, Elizabeth Warren e Patrick Leahy, os políticos cobram que o dinheiro norte-americano seja enviado apenas se for vinculado a progressos comprovados na defesa do meio ambiente.

Para eles, Bolsonaro deu "sinal verde" para o desmatamento.

Os senadores ainda pedem que se o país continuar a desmatar no ritmo atual, os EUA não devem apoiar o pedido do Brasil para entrar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Ministério Público pede afastamento de Salles -

O procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Rocha Furtado, pediu que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, seja afastado do cargo até o fim da investigação de uma denúncia-crime.

A ação foi aberta na quinta-feira (15) pelo ex-superintendente da Polícia Federal do Amazonas Alexandre Saraiva, afastado após abrir a denúncia, que acusa Salles de integrar organização criminosa, exercer advocacia administrativa e dificultar a "ação fiscalizadora do Poder Público em questões ambientais.