Cinema

Encontros "Tela em Transe" têm transmissão pelo YouTube 

Que História é Essa do Cinema Brasileiro?

Os encontros da oficina “Tela em Transe – Que História é Essa do Cinema Brasileiro?” já começaram. Para quem não se inscreveu, a oportunidade de acompanhar o debate sobre os processos e ciclos históricos do cinema brasileiro está nas transmissões que estão sendo feitas pelo canal do CUAL no YouTube.

A primeira convidada da oficina foi a professora, pesquisadora e historiadora Izabel Melo, autora do livro “Cinema é mais que filme”. Entre outros assuntos, Izabel falou da relação não estática com a história. “Se a relação com a história fosse estática, não precisaríamos, por exemplo, de tantas histórias do cinema. São questões do nosso contemporâneo que se colocam sobre a história”.

“Parece que as experiências se organizam numa linha encadeada, que não abrem possibilidade para outros processos acontecerem. É preciso olhar os processos históricos para além daquilo do que está organizado. Falando de história do cinema em particular, é preciso desconfiar das narrativas que são as consideradas habituais, cotidianas e normais”, acrescentou.

No que pontua sobre a distinção entre filme e cinema, Izabel discorreu: “O filme é fundamental. É o início e o fim daquilo que faz as pessoas se movimentarem dentro do processo cinematográfico. É parte de um processo que é muito maior e muito amplo, que chamo de cinema, cinema como prática social, do ponto de vista da economia, da cultura e de um objeto multifacetado”.

O idealizador do projeto, Ramon Coutinho, destacou que a ideia é que a oficina seja a mais aberta possível.  “Tela em Transe” partiu de uma inquietação minha de não ter visto tantos filmes brasileiros quanto eu queria. Inventamos uma bela desculpa para assistir esses filmes, em busca de um olhar ‘não-cafetinado’. E não se trata de gostar. Trata-se de entender a construção de sua própria subjetividade”.