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Historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz fala sobre racismo no #Provoca

Programa inédito vai ao ar na terça-feira (9/2), a partir das 22h, na TV Cultura e no YouTube

Foto: TV Cultura - divulgação
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Lilian e Tas

Nesta terça-feira (9/2), vai ao ar a entrevista de Lilia Schwarcz no #Provoca - parte da seleção de melhores edições de 2020. Em conversa com Marcelo Tas, a historiadora e antropóloga brasileira fala sobre racismo, desigualdade e política de reparação. A edição vai ao ar a partir das 22h, na TV Cultura e no YouTube.

No bate-papo com Tas, Lilian comenta que a sociedade brasileira ficou muito tempo longe da vacina do racismo. "Sabe o que é grave no Brasil? Todo racismo é ruim, mas o nosso é terrível, porque o racismo brasileiro é pautado naquilo que Florestan Fernandes falava, ainda nos anos 70, e que Kabengele Munanga tem dito agora nesse momento, que é um preconceito pautado no preconceito de ter preconceito.

Ou seja, eu não tenho preconceito, mas você tem, todo mundo aqui tem. E isso não cria uma auto reflexão. Eu me apoio na ideia de que é o meu amigo, a minha mãe, meu pai, meu tio, o meu marido que são racistas".

A antropóloga explica ainda que a política de reparação será uma política de memória também. "Como diz o grande teórico Frantz Fanon e, no Brasil, Mário Medeiro, as populações negras falecem duas vezes. Fisicamente e falecem na memória. Não vieram da África apenas trabalhadores escravizados, ao contrário, por isso que eu uso o termo escravizados.

Ninguém foi escravo no passado. As pessoas moraram no Congo, na Nigéria, em Moçambique. E com as populações africanas vieram tecnologias, filosofias, cosmologias, religiões, padronagens estéticas. Veio toda uma linguagem com a qual nós vivemos hoje. Então essa é uma política de reparação da maior importância", conclui.