Protagonizado pela atriz trans Matheuzza Xavier e com Zeca de Abreu no elenco, o espetáculo Jennifer estreia nesta quinta-feira (17) trazendo a intolerância religiosa contra a população trans para centro do debate. A peça segue em cartaz até o próximo domingo (20), sempre às 20h, através do aplicativo Zoom. O ingresso pode ser adquirido no Sympla. O valor é colaborativo.
Dirigida e escrita pelo ator, diretor e dramaturgo Oliveira Pedreira, Jennifer tem o intuito de dar voz e atenção a estas pessoas que se encontram no limbo social , sendo sempre alvo de todos os tipos de preconceitos, inclusive o religioso.
"A história surgiu de uma inquietação: ‘Quem somos nós para julgarmos os outros?’ Já vinha pensando muito sobre o universo T dentro da comunidade Lgbtqia+. Então, resolvi escrever o espetáculo após ver uma foto de Zeca e Matheuzza em uma aula. Naquele momento, percebi que elas seriam as personagens que norteariam o enredo. Em seguida, deixei as informações, os dados e as vivências me conduzirem na escrita e hoje temos mais que uma obra artística que agregou pessoas, deu voz aos que antes não tinham e que vai ser objeto de representatividade para tantos e tantas pessoas lgbtqia+ em especial o universo T, que merece todo nosso respeito e reparação por tantas atrocidades feitas contra estas pessoas”, avaliou Oliveira.
Com um final trágico, a história gira em torno da relação conflituosa de Jeniffer com sua mãe Nazaré (Zeca de Abreu), que, por ser evangélica, não aceita sua orientação e condição sexual, além de rejeitar o relacionamento da filha com o namorado Gustavo (Sidnaldo Lopes). “Pra mim fazer esse espetáculo foi a abertura de uma porta. Faço teatro há muitos anos e com a pandemia questionei o lugar da arte nesse momento. Foi aí que apareceu Oliveira Pedreira com o convite para esse processo todo online. Topei e logo de cara tive contato com um universo cheio de possibilidades e belezas em que nós, enquanto sociedade, precisamos conhecer e preservar. Fiquei apaixonada pelo texto e por minha personagem ‘Nazaré’, que é uma mãe vítima de um sistema de opressão social e psicológica que torna pessoas boas em vilões trágicos. Jennifer é um daqueles espetáculos para tocar uma geração”, definiu Zeca.
O elenco conta ainda com grandes nomes do teatro baiano, como Zé Carlos de Deus, Lene Nascimento, Enzo Iroko, Nana Dió, Lavigne Rosa e Morgana Lobo. As apresentações contarão ainda com uma conversa sobre o processo de construção pandêmica e de como a equipe - formada por pessoas Lgbtqia+ - enfrentou e enfrenta os preconceitos no intuito de seguir com sua arte e ainda tentar conscientizar a população. A produção é feita em simbiose com a escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia e conta com a colaboração de Maurício Pedrosa. Agradecimentos especiais a Carlos Cajaíba, Hebe Alves, Seu Geraldo e Fred.
Serviço:
Apresentações de 17 a 20 de dezembro pelo Zoom
Horário: 20:00.
Ingressos no Sympla.
Valores:
1. Gratuito Estamos Juntes
2. R$ 5,00 Fortaleço seu Corre
3. R$ 10,00 Intolerância nunca Mais.
4. R$ 20,00 Viva a Diversidade
5. R$ 40,00 Todes Pela Arte
6. R$ 100,00 Patrocinador(a) do Amor