Bahia / Nordeste

Bahia reabre em 4 cidades os leitos de UTI para pacientes com Covid

Em Salvador, o Instituto Couto Maia foi reforçado com 20 leitos

Com a taxa de ocupação de leitos destinados ao tratamento de pacientes com Covid-19 em crescimento, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) está reabrindo vagas em unidades de terapia intensiva (UTI). Em Salvador, o Instituto Couto Maia foi reforçado com 20 leitos e, no Hospital Espanhol, outros 20 devem ser abertos até o fim de semana.

No norte baiano, em Juazeiro, a capacidade foi ampliada com 10 vagas. Em Porto Seguro, já houve a determinação para que 10 leitos sejam destinados à assistência à Covid-19 e, em Feira de Santana, mais 10 leitos já estão sendo destinados aos pacientes com coronavírus.

De acordo com o secretário da Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas, se necessário, o Hospital Espanhol pode progredir a expansão em até 80 novos leitos. “Estamos vendo um aumento do número de notificações da Covid-19 e de internações. Precisamos continuar tomando todas as medidas de prevenção, como evitar aglomerações e o uso de máscaras. Enquanto governo, podemos garantir que situações excepcionais, como festas em locais públicos, sejam proibidas, mas é importante que todos colaborem”, explica.

O secretário ainda reforça que o cenário hoje é mais crítico que o vivido nos meses de junho e julho. “Pela primeira vez, todas as regiões da Bahia estão com número alto de incidência, internação e ocupação de leitos. A sobrecarga no sistema é muito maior, uma vez que outros problemas como acidentes de trânsito também aumentaram”, explica Fábio Vilas-Boas.

Vacinação

O governador Rui Costa autorizou a montagem de uma rede de ultrafreezeres, equipamentos que podem chegar até -80°C, para que a Bahia esteja preparada para estocar e distribuir a vacina da Pfizer ou da Moderna — ambas sintéticas, de RNA, a mais avançada tecnologia de vacinas do mundo — quando forem aprovadas.

“Faremos o registro de preço para aquisição de até 100 ultracongeladores para montarmos, pelo menos nas grandes cidades, uma rede de frio com capacidade para armazenar seja a vacina da Pfizer, seja a vacina da Moderna. Essas vacinas, se estiverem disponíveis para a população da Bahia antes das demais, o Governo do Estado vai estar preparado para fazer aquisição e a distribuição”, acrescenta Vilas-Boas.

Bahia planeja compra de ultrarrefrigeradores

A Bahia está adotando os procedimentos necessários para comprar até 100 ultrarrefrigeradores capazes de armazenar vacinas a temperaturas inferiores a -70ºc, especialmente as que previnem a Covid-19, produzidas pelas empresas Pfizer e pela Moderna.

Segundo o governador Rui Costa, nos próximos dias, será publicada uma licitação, na modalidade registro de preço, que permitirá ao Governo do Estado adquirir os equipamentos à medida em que houver a demanda.

“O registro de preço é de até 100 unidades, e nós sacaremos de acordo com a demanda, com a necessidade. Inicialmente, nos grandes centros urbanos, nas maiores cidades, onde estão os maiores contingentes de servidores públicos ou privados da área da saúde”, afirmou.

Rui destacou que a modalidade registro de preço não obriga o Governo do Estado a comprar os equipamentos, que serão adquiridos apenas após a especificação da Anvisa.

“Nós não vamos comprar essa quantidade de refrigeradores sem autorização da vacina pela Anvisa. Nós vamos acompanhar, o importante é deixar claro para a população que nós estamos nos antecipando, nos preparando, e não é argumento de falta de infraestrutura, de logística, para não adquirir a vacina da Pfizer ou da Moderna”, disse.

O número de refrigeradores a serem adquiridos, de acordo com Rui, vai depender exclusivamente da demanda. “Você faz o registro, as empresas concorrem, definem o preço, e você vai contratando de acordo com a sua demanda. Se eu precisar de dez, eu saco dez do registro, compro dez, se eu precisar de 20 compro 20. Essa é a diferença de uma licitação normal”.

Público prioritário

O governador explicou porque os profissionais da Saúde serão os primeiros a receber a vacina. “Nessa, vamos chamar assim de primeira onda, ficou claro que os profissionais da saúde tanto foram vítimas como foram vetores de transmissão da doença, porque muitos profissionais da Saúde que eram assintomáticos estavam passando a doença para outras pessoas sem saber. Então, na medida em que eles ficam vacinados, a gente corta esse importante vetor de transmissão e dá segurança à vida de médicos, enfermeiros, profissionais”.

Rui acrescentou que, mesmo com os números de casos aumentando em taxas iguais às do pico da pandemia, de agosto a outubro, prefere, no momento, não usar a expressão “segunda onda”, já que taxa de contaminação não é a mesma coisa que números absolutos.

“A taxa de crescimento se equivale ao período mais alto da pandemia. A taxa, não ainda o volume total. Isso, graças a Deus, ainda não se refletiu no crescimento do número de óbitos. Hoje estamos em torno de 20 casos, e ontem [quarta-feira, 2], por exemplo, foram 22 óbitos, quando no pico da pandemia nós chegamos a 70 óbitos por dia. Nós chegamos a ter 5 mil casos diários, nós ainda estamos no patamar de mil casos diários com 20 óbitos por dia”, contabilizou.

Segundo o governador, mantido o atual ritmo de crescimento do número de casos, em mais duas semanas a Bahia atingirá um volume superior ao registrado em junho.

Segundo Rui Costa, a taxa de crescimento atual se deve às aglomerações de campanha e comemorações eleitorais e às festas do início do verão. "Não será permitida nenhuma festa em ambiente privado ou público, comercialmente. Não será permitida a venda ou comercialização de nenhuma festa, nem em boate, nem em restaurante, nem em bar, nem em clube, nem na rua. Nós não vamos permitir. É melhor passar um verão, um final de ano sem festa, do que perder um pai, uma mãe, um avô para a doença do vírus”.