Bahia / Cinema

Site celebra obra cinematográfica do diretor baiano Tuna Espinheira

Página integra projeto que resgata e reúne o acervo do diretor baiano

Foto: Divulgação
Tuna Espinheira e sua mulher, Yara Espinheira
Tuna Espinheira e sua mulher, Yara Espinheira

Em mais de 40 anos de carreira, o cineasta baiano Tuna Espinheira (1943-2015) deixou ao Brasil dezenas de filmes que compõem uma obra característica, cuja história foi mapeada, resgatada e agora disponibilizada em um site, no ar em www.cinemadetuna.com.br ( copie e cole o link em seu navegador).

Com biografia em linha do tempo, toda filmografia organizada e detalhada, levantamento de matérias em veículos de imprensa e uma galeria de imagens mantidas pela família, a página democratiza o acesso a um importante acervo do audiovisual da Bahia.

A realização é fruto do projeto “O Cinema de Tuna”, idealizado por Rosa e Yara Espinheira, respectivamente filha e esposa – e grande parceira de vida e profissão – do artista.

Nascido José Antonio D’Andrea Espinheira, em Salvador, Tuna tem seu trabalho marcado por pesquisas históricas aprofundadas e elaborado recurso de roteiro.

Temas da cultura da Bahia e do Brasil surgem em uma produção majoritariamente documental, que frequentemente partiu de personagens icônicos – como Cosme de Farias, Batatinha, Vivaldo Conceição, Heráclito Sobral Pinto, Bel Borba e Leonel Mattos – para revelar contextos sociais de seu tempo, ainda que seus discursos enquanto cineasta sejam substancialmente atemporais.

Também são pautados acontecimentos e movimentos culturais, como o carnaval de Salvador, em “Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu” (1972), o candomblé, em “Bahia de todos os Exus” (1978), e a festa da independência da Bahia, em “Viva o 2 de julho” (1997), além de espécies de estudos etnográficas, como em “Comunidade do Maciel – há uma gota de sangue em cada poema” (1973), sobre a comunidade do título, instalada no Pelourinho, e “A Mulher Marginalizada” (1989), sobre prostitutas da cidade de Juazeiro na década de 1980. Seu único longa de ficção, “Cascalho” (2004), foi baseado em romance homônimo de Herberto Salles.

No site, estes e outros filmes são descritos, com direito a todas as especificidades técnicas.

A pesquisadora Daniela Duarte também constrói uma linha do tempo que biografa a vida pessoal e profissional de Tuna, um capricorniano carinhoso, bem-humorado, realizador e cumpridor de compromissos, que faria 77 anos em 26 de dezembro.

Com produção da Giro Planejamento Cultural, “O Cinema de Tuna” foi contemplado pelo Edital Setorial de Audiovisual 2019, tendo apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda, Fundação Cultural do Estado da Bahia e Secretaria de Cultura da Bahia.

O projeto também está realizando a restauração digital do documentário “A Mulher Marginalizada” (1989) e a gravação de vídeos com personalidades importantes na vida e obra de Tuna, que serão lançados em breve.