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'Ciclo da Autora Homenageada' ganha versão on-line

As inscrições podem ser feitas a partir do dia 3 de agosto

O Ciclo da Autora Homenageada: Elizabeth Bishop, parceria do Sesc SP e FLIP, com a curadoria de Fernanda Diamant, reúne o poeta norte-americano Lloyd Schwartz, as escritoras Marilene Felinto, Stephanie Borges, Angélica Freitas e Flora Thomson-DeVeaux, o cronista Humberto Werneck, a atriz Regina Braga, o tradutor e organizador da obra da autora no Brasil Paulo Henriques Britto, entre outros.

As inscrições podem ser feitas a partir do dia 3 de agosto, às 14h, pelo site do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc – sescsp.org.br/cpf. As vagas são limitadas. 

O “Ciclo do autor homenageado”, uma atividade que há vários anos antecede a FLIP e já tratou das obras de Mário de Andrade, Lima Barreto, Hilda Hilst e Euclides da Cunha, ganha, em 2020, versão on-line a partir do dia 10 de agosto. A proposta é abordar a obra e a biografia da poeta americana Elizabeth Bishop (1911-1979) sob aspectos variados. Bishop, além de ser uma das grandes poetas do século 20, viveu duas décadas no Brasil. O país serviu de matéria para parte sua produção literária e epistolar. Bishop também traduziu poemas e organizou uma antologia de poesia brasileira. Com curadoria de Fernanda Diamant, este ciclo é uma parceria do SESC São Paulo com a FLIP.

A abertura do ciclo acontece no dia 10 de agosto com uma conversa entre o poeta norte-americano Lloyd Schwartz, que foi amigo de Bishop e organizou alguns de seus livros postumamente, e Paulo Henriques Britto, o tradutor e principal divulgador da obra da poeta no Brasil. 

No dia 11 de agosto, a escritora Marilene Felinto, que fez uma série de reportagens para a Folha de S.Paulo, nas quais entrevistou amigos e visitou os lugares onde viveu a poeta americana, conversa com a poeta Alice Sant'Anna, que também é a atual editora de Bishop na Companhia das Letras. 

No dia 13 de agosto, duas escritoras e tradutoras Stephanie Borges e Flora Thomson-DeVeaux conversam sobre tradução de poesia, a relação entre gênero e tradução, a experiência de traduzir literatura brasileira para o inglês, e também sobre a poesia de Elizabeth Bishop. 

Em 14 de agosto, o fotógrafo José Alberto Nemer conta histórias de sua amizade com Elizabeth Bishop, em diálogo com Humberto Werneck, um dos maiores cronistas brasileiros.

Nos dias 17 e 18 de agosto, o poeta, tradutor e professor Paulo Henriques Britto conta ao público como foi o trabalho de traduzir Elizabeth Bishop, além de organizar e apresentar sua obra (entre prosa, poesia e correspondência) para o público brasileiro. 

A tradutora Regina Przybycien e Paulo Henriques Britto, conversam, no dia 19 de agosto, sobre o livro Feijão preto e diamantes, que examina a visão do Brasil na obra de Elizabeth Bishop.

No dia 20 de agosto, a dramaturga Marta Góes, que escreveu Um porto para Elizabeth Bishop, peça baseada na vida e na obra da poeta, e a atriz Regina Braga, prêmio APCA de melhor atriz nessa peça, relembram o processo de criação do espetáculo. 

O encerramento acontece no dia 21 de agosto, com uma apresentação de poesia e música com a poeta Angélica Freitas e cantora e compositora Juliana Perdigão. 

Programação:

10 de agosto – segunda-feira – 18h30

Lloyd Schwartz conversa com Paulo Henriques Britto

O poeta Lloyd Schwartz escreveu artigos sobre Elizabeth Bishop, além de ter organizado e editado vários livros da poeta, de quem foi amigo de 1970 até sua morte. Para abrir o ciclo, ele conversa com Paulo Henriques Britto, o principal responsável pela divulgação da obra de Bishop no Brasil. 

Haverá tradução simultânea.

11 de agosto – terça-feira – 18h30

Marilene Felinto e Alice Sant'Anna 

A escritora Marilene Felinto fez uma série de reportagens para a Folha de S.Paulo nos anos 1990, em que entrevistou amigos e visitou os lugares onde viveu a poeta americana nas quase duas décadas que passou no Brasil. Ela conversa com a poeta Alice Sant'Anna, que também é a atual editora de Bishop no Brasil. 

13 de agosto – quinta-feira – 18h30

Stephanie Borges e Flora Thomson-DeVeaux 

Duas tradutoras e leitoras de Elizabeth Bishop debatem seu ofício. Stephanie Borges é poeta e tradutora de diversas autoras afro-americanas de poesia e prosa. Flora Thomson-DeVeaux, escritora norte-americana que vive no Rio de Janeiro, traduziu Machado de Assis para o inglês. 

14 de agosto – sexta-feira – 18h30

José Alberto Nemer e Humberto Werneck 

O artista plástico José Alberto Nemer foi o amigo mais próximo de Bishop em seu período em Minas. Em conversa com Humberto Werneck, jornalista e um dos maiores cronista brasileiros, Nemer lembra momentos preciosos do cotidiano com a poeta. Mediação de Guilherme Taiul.

17 e 18 de agosto – segunda e terça-feira – 18h30

Paulo Henriques Britto

O poeta, tradutor e professor Paulo Henriques Britto é o mais importante divulgador da obra de Elizabeth Bishop no Brasil. Traduziu seus poemas, sua prosa e sua correspondência, além de ter organizado coletâneas e escrito ensaios de apresentação dos livros da poeta para o público brasileiro. Nos dois encontros, ele divide conosco uma parte desse conhecimento. 

19 de agosto –quarta-feira– 18h30

Paulo Henriques Britto e Regina Przybycien 

Regina Przybycien conversa com Paulo Henriques Britto sobre sua tese de doutorado, Feijão preto e diamantes, que trata da passagem de Elizabeth Bishop pelo Brasil, especialmente por Ouro Preto. O tradutor, por sua vez, comenta os poemas de Bishop sobre Minas Gerais. 

20 de agosto –quinta-feira– 18h30

Marta Góes e Regina Braga 

A dramaturga Marta Góes escreveu uma peça baseada na vida e na obra de Elizabeth Bishop, que rendeu à Regina Braga o prêmio APCA de melhor atriz e passou anos em cartaz. Nesses encontros elas relembram seus processos de criação e parceria. 

21 de agosto –quinta-feira– 18h30

Angélica Freitas e Juliana Perdigão 

A poeta Angélica Freitas e a cantora e compositora Juliana Perdigão, encerram o ciclo Elizabeth Bishop com uma apresentação de poesia e música inspirada pela obra e pela vida da poeta americana que viveu o amor de sua vida no Brasil. 

Biografias dos convidados

Alice Sant'anna (1988, Rio de Janeiro) é autora de Dobradura (2008, 7Letras), Rabo de baleia (2013, Cosac Naify) e Pé do ouvido (2016, Companhia das Letras), entre outros. Seus livros foram reunidos no volume Aula de natação, em 2018, em Portugal (Imprensa Nacional Casa da Moeda). É editora na Companhia das Letras.

Angélica Freitas é autora dos livros de poemas Canções de Atormentar (Companhia das Letras, 2020), Um útero é do tamanho de um punho (2012) e Rilke Shake (2007). Desenvolve, com a cantora Juliana Perdigão, uma série de performances poético-musicais intitulada “Canções de Atormentar”. Em 2018, colaborou com o artista Nuno Ramos na escrita da peça Debates – Antígona. Atualmente, é escritora em residência do DAAD (Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico) em Berlim, Alemanha.

Juliana Perdigão é cantora, compositora e toca clarinete, flauta, clarone e guitarra. Vem atuando em colaboração com diversos grupos e artistas, entre eles Tom Zé, Arnaldo Antunes, Tulipa Ruiz, Jards Macalé, Teatro Oficina, Metá Metá, Nuno Ramos, Romulo Fróes, Rodrigo Campos, Guilherme Held, Angélica Freitas, Clima, Kastrup, Negro Leo, Ná Ozzetti e Ava Rocha. Tem quatro discos lançados: Álbum Desconhecido (2012 - Natura Musical / YB music), Ó (2016 - Natura Musical / YB music), Folhuda (2019 - Red Bull / Selo Circus) e Dúvidas (2020 - YB music).

Flora Thomson-DeVeaux (1991, Charlottesville, VA, Estados Unidos) é escritora e tradutora, mais recentemente de Memórias póstumas de Brás Cubas para o inglês (The Posthumous Memoirs of Brás Cubas, Penguin, 2020), trabalha na Rádio Novelo e mora no Rio de Janeiro.

Lloyd Schwartz (1941, Nova York) é poeta, crítico, professor e foi amigo de Elizabeth Bishop. Entre as obras de Bishop que editou estão Elizabeth Bishop: Poems, Prose, & Letters da Library of America e Prose para o centenário da poeta. Recebeu o prêmio Pulitzer de crítica e o Guggenheim Foundation Fellowship por sua obra poética. Atualmente, é o Poet Laureate da cidade de Somerville, Massachusetts, nos Estados Unidos.  

Marta Góes nasceu em 1953. Cresceu em Petrópolis, RJ, e vive em São Paulo desde 1970. Trabalhou como jornalista em publicações como O Estado de S. Paulo, Veja e IstoÉ e é autora de peças como Prepare seus pés para o verão, A reserva e Um Porto para Elizabeth Bishop, e dos livros  Alfredo Mesquita, um grã-fino na contra-mão e A menina que se apaixonava.

Marilene Felinto (1957, Recife) Formada em Letras pela USP, recebeu o Prêmio Jabuti de Revelação de Autor pelo romance As Mulheres de Tijucopapo (1982, Edição da Autora). Tem outros livros publicados, entre eles, Autobiografia de uma escrita de ficção– ou: porque as crianças brincam e os escritores escrevem (Ed. da autora, 2019); Contos reunidos (Ed. da autora, 2019); Sinfonia de contos de infância (Ed. da autora, 2019); O Lago encantado de Grongonzo - 2. ed. 1992); Outros heróis e este Graciliano (1983); Jornalisticamente incorreto, (2000). Voltou a atuar como colaboradora da Folha de S.Paulo em 2019, jornal em que também escreveu entre 1989 e 2002. Foi colunista da revista Caros Amigos por seis anos. 

 Paulo Henriques Britto (1951, Rio de Janeiro) publicou sete livros de poesia e um de contos, e também estudos monográficos sobre canção popular, poesia brasileira e tradução literária, além de cerca de quarenta artigos acadêmicos. Traduziu mais de 120 livros, em sua maioria de ficção, mas também de poesia, e ganhou diversos prêmios literários. É tradutor e organizador da obra de Elizabeth Bishop no Brasil. 

Regina Braga (1945, Belo Horizonte) Formada em teatro pela Escola de Arte Dramática de São Paulo e pelo Centre d’Études Teatrales, da Sorbonne, em Paris. Atuou em mais de trinta espetáculos, entre eles: Um Porto para Elizabeth Bishop, de Marta Góes e À margem da vida, de Tennessee Williams, pelos quais recebeu prêmios de melhor atriz. Dirigiu o espetáculo Tô Tatiando, de Zélia Duncan, sobre a obra de Luiz Tatit. Nos últimos anos, tem realizado um trabalho teatral contínuo com a diretora Isabel Teixeira, do qual resultaram os espetáculos: Desarticulações, texto da argentina Silvia Molloy, Agora eu vou ficar bonita, roteiro de Regina e Drauzio Varella, e São Paulo, espetáculo musical que estrearia em 12 de março deste ano, mas que foi suspenso no dia da estreia, por causa do isolamento social.

Regina Przybycien (Curitiba) é professora aposentada e tradutora. Doutora em Estudos Literários pela UFMG, lecionou literaturas de língua inglesa, comparada e brasileira, respectivamente na Universidade Federal de Ouro Preto, Federal do Paraná e Jaguielônica de Cracóvia, Polônia. Foi a primeira pesquisadora da obra de Elizabeth Bishop no Brasil, Sua tese de doutorado foi publicada em livro com o título Feijão preto e diamantes – O Brasil na obra de Elizabeth Bishop (UFMG, 2015). Traduziu a poeta polonesa Wislawa Szymborska, de quem publicou três coletâneas: Poemas, 2011, Um amor feliz,  2016, (prêmio APCA) e Para o meu coração num domingo, 2020 (no prelo), todas pela Companhia das Letras.

Stephanie Borges (1984, Rio de Janeiro) é jornalista, tradutora e poeta. Estudou comunicação social na Universidade Federal Fluminense e se especializou em Publishing Management na FGV-Rio. Trabalhou em editoras como Cosac Naify e Globo Livros. Traduziu prosa e poesia de autoras como Audre Lorde, bell hooks, Jacqueline Woodson, Claudia Rankine e Margaret Atwood. Seu livro de estreia, Talvez precisemos de um nome para isso (Cepe, 2019) venceu o IV Prêmio Cepe Nacional de Literatura.

Humberto Werneck (1945, Belo Horizonte) é escritor e jornalista. Vive em São Paulo desde 1970. Publicou, entre outros livros, O desatino da rapaziada, O santo sujo, O espalhador de passarinhos, Pequenos fantasmas, Esse Inferno vai acabar e Sonhos rebobinados. Cronista, escreve às terças no jornal O Estado de S.Paulo e é editor do Portal da Crônica Brasileira, do Instituto Moreira Salles. Prepara uma biografia de Carlos Drummond de Andrade.

José Alberto Nemer (1945, Ouro Preto, MG) é artista plástico e lecionou em universidades brasileiras e estrangeiras, como a UFMG e a Universidade de Paris III, Sorbonne. Conheceu Elizabeth Bishop nos anos 1960. Tornou-se seu amigo próximo e conviveu com Bishop até a sua morte, em 1979. Desde 1982 a Casa Mariana, onde viveu a poeta, pertence à família Nemer, que a mantém praticamente como Bishop a deixou.