Artes Visuais

Oceana anuncia vencedores do concurso de fotografia

Concurso buscou olhares sobre a conservação marinha e a pesca sustentável

Foto: Francisco das Chagas Machado Brandão (Chico Rasta)
Artes Visuais
Pesca artesanal na praia de Bitupitá, em Barroquinha/CE

A Oceana divulgou o resultado do I Concurso de Fotografia da organização no Brasil. Sob o tema "Meu lar é o mar: retratos da vida nos oceanos", o concurso recebeu 255 trabalhos de todo o país. Três imagens foram selecionadas pelo júri formado pelo fotógrafo Luciano Candisani, a recordista mundial de surfe em ondas gigantes Maya Gabeira, o artista Oskar Metsavaht, a jornalista Paulina Chamorro e o repórter cinematográfico Paulo Zero.

A imagem vencedora retrata a pesca artesanal na praia de Bitupitá, em Barroquinha, no Ceará. Captada pela lente do fotógrafo Chico Rasta, a cena mostra pescadores se equilibrando em estacas de madeira cravadas no fundo mar para realizar a manutenção dos currais de pesca, que chegam a ser construídos em até 15 quilômetros da praia, conforme a maré. O prêmio é um Drone Dji Spark e um kit completo da Oceana.

O olhar do fotógrafo Christian Knepper sobre cardumes de tralhotos, conhecidos popularmente como peixes-de-quatro-olhos, leva o segundo prêmio do concurso – uma GoPro Hero 7 Black e um kit completo da Oceana. A imagem foi captada em São Luís, no Maranhão, região de manguezais onde esses cardumes surgem perto das margens e praias.

A pesca artesanal também é tema da imagem inscrita pelo fotógrafo e documentarista Enrico Marone, que retrata um cerco flutuante na Ponta da Juatinga, baía da Ilha Grande, em Paraty, Rio de Janeiro. O fotógrafo registra um método artesanal passado de geração em geração entre as famílias da região. Ali, os pescadores vão ao cerco duas ou três vezes ao dia para a despesca. O prêmio é um estabilizador para filmagem em celular e um kit completo da Oceana.

“Agradecemos e parabenizamos todos os participantes do concurso, especialmente os três vencedores, que trouxeram a pesca sustentável e a biodiversidade marinha em belíssimas imagens”, disse o diretor-geral da Oceana, o oceanólogo Ademilson Zamboni. “Lançamos esse concurso na intenção de trazer as pessoas para perto do mar.  Queremos com essa iniciativa lembrar a sociedade da urgência de combater a poluição dos oceanos e promover a pesca sustentável”, afirmou.

A jornalista Paulina Chamorro reforçou a importância do olhar voltado para os oceanos. “A nossa reconexão com o oceano tem que ser feita pelo reconhecimento de que a vida no planeta, o equilíbrio climático e o oxigênio que respiramos também dependem dele”, afirmou a jurada do I Concurso de Fotografias da Oceana Brasil.

Pesca

Os oceanos poderiam alimentar um bilhão de pessoas com uma refeição saudável de frutos do mar todos os dias, mas a sobrepesca em muitas regiões do planeta e a poluição por plásticos estão pondo em risco essa importante fonte de alimento para a população mundial.

O crescimento sustentável da produção de pescado constitui um desafio para todos os países e especialmente para o Brasil, que carece de informações consistentes sobre a pesca marinha. Desde 2009, o Brasil não publica estatística pesqueira. Atualmente, o país sequer conhece a situação dos estoques pesqueiros, que são as populações de espécies exploradas economicamente pela pesca.

“O país precisa superar a falta de informações públicas sobre a atividade pesqueira para garantir a sustentabilidade ambiental, econômica e social da pesca”, enfatizou Zamboni. “A prática de prestar contas à sociedade sobre o que é pescado, onde e como ocorrem essas capturas é fundamental para se realizar uma gestão pesqueira eficiente e com base científica”, detalhou. 

Foto Christian Knepper

Poluição por plástico

De acordo com a ONU Meio Ambiente, oito milhões de toneladas de plástico entram no oceano todos os anos – o equivalente a um caminhão de lixo cheio sendo jogado a cada minuto, ameaçando os ecossistemas marinhos.

“Os danos aos ecossistemas causados pela poluição por plástico são terríveis. Milhares de indivíduos e organismos marinhos foram observados sofrendo de emaranhamento ou ingestão de plástico. Tudo está sendo impactado, desde zooplâncton e peixe, às tartarugas marinhas, mamíferos e aves marinhos”, afirmou a cientista marinha da Oceana, Lara Iwanicki.

“É fundamental que exista uma política pública de redução da produção de plásticos, que as empresas ofereçam produtos sem plástico para seus consumidores e que existam áreas livres de plástico no país”, defendeu Zamboni.

A Oceana é a maior organização não governamental, sem fins lucrativos, exclusivamente dedicada à proteção e recuperação dos oceanos em escala global. Trabalha para a implementação de políticas públicas destinadas à proteção dos ecossistemas marinhos. Para isso, defende que as decisões sejam baseadas em informações científicas e com participação social.

Vencedores do I Concurso de Fotografia da Oceana Brasil
 

1º Lugar

Pesca artesanal na praia de Bitupitá – Barroquinha/CE

Fotógrafo: Francisco das Chagas Machado Brandão (Chico Rasta)

 

2º Lugar

Cardume de tralhotos – São Luís/MA

Fotógrafo: Christian Knepper

 

3º Lugar

Cerco flutuante da Juatinga, da série Pesca Artesanal – Paraty /RJ

Fotógrafo: Enrico Marone