“Se você quiser saber o que a jamburana faz/ O tremor do jambu é gostoso demais/ o tremor do jambu é gostoso demais”. Não poderia deixar de escrever essa matéria ao som de Dona Onete, que retrata a culinária e o cotidiano paraense para fazer essa imersão de sabores, aromas e sensações da Amazônia. Esse é a temática da live do projeto Cozinhando com Cachaça, que ocorrerá amanhã (12.07) às 11h no Instagram @quitandadobaianinho. Quem não puder acompanhá-la, o episódio estará no IGTV desse mesmo perfil posteriormente.
Nessa viagem sinestésica, a chef Dayse Lobato apresentará o arroz marajoara e o bartender Júnior Braga prepara o drink Belle Époque. Ambos utilizarão a cachaça paraense Indiazinha. O arroz marajoara será um prato autoral e exclusivo em homenagem à ilha de Marajó e aos ancestrais que ali habitavam. “O arroz marajoara tem os elementos do Pará, que são o jambu, o tucupi, o camarão defumado. A única diferença é que acrescentei o polvo, que é mais achado aqui na Bahia, se comparado ao Pará. Prepararei um tacacá também. É impossível falar de culinária da Amazônia e não fazer um”, revela.
Dayse comenta que esses pratos são uma verdadeira explosão de sabores e de aromas por conta dos ingredientes que trazem suas peculiaridades. “A comida paraense é muito exótica. O tacacá tem um aroma e sabor fortes. Já o tucupi é bem ácido e o jambu dá a sensação de dormência na boca [por isso, o tremor nos lábios]. Algumas pessoas não gostam porque é forte de aroma. Digo que é uma experiência muito intensa. Quando você gosta, você ama o prato e sente falta dessas sensações”, argumenta.
A protagonista dessa aventura gastronômica será a cachaça de jambu Indiazinha, matéria-prima de dois coquetéis: Unami e Belle Époque elaborados pelo bartender Júnior Braga. “O coquetel Umami leva a cachaça Indiazinha Jambu, tucupi temperado, chicória e taperebá, uma fruta da região norte. No resto do país, é conhecida como cajá. Já o Belle Époque, releitura do clássico coquetel Boulevardier, leva a cachaça Indiazinha Flecha de Rubi, bitter, vermute e twist de laranja bahia”, adianta.
Semelhanças e harmonizações com a culinária baiana
A chef afirma que existe muita semelhança entre as culinárias paraense e a baiana por utilizarem muito tempero, como o coentro, a pimenta-de-cheiro. “A diferença que eu encontro, que é muito forte, é que na Bahia vocês usam muitos condimentos: o dendê é muito mais forte daquele que se utiliza no vatapá e caruru paraenses”, compara.
Além disso, a cachaça de jambu é versátil, pois pode ser utilizada como aperitivo de churrascoe com pratos da culinária baiana. “Na culinária paraense, ela combina com tudo: maniçoba, vatapá, caruru [esses dois últimos também fazem parte da gastronomia da Amazônia. Até mesmo na culinária baiana, combina com frutos do mar, a moqueca, acarajé”, ensina.
No vídeo
Dona Onete - Jamburana