Acompanhado do cantor Edu Casanova e do índio Megaron, o cacique Raoni Metuktire, de 89 anos, líder da etnia Caiapó, está em Salvador para uma série de ações no carnaval em defesa da preservação da Amazônia e dos povos indígenas.
Nesta terça-feira (25 de fevereiro), Raoni disse ao Leiamais.ba que a única arma com que os índios da Amazônia contam é a ajuda dos brasileiros.
A perseguição a povos indígenas na Bahia foi denunciada, com críticas ao presidente Jair Bolsonaro.
“Estou muito preocupado com as queimadas e com o desmatamento", disse Raoni, pedindo que os brasileiros juntassem forças para preservar a floresta no Amazonas.
Edu Casanova disse que o Carnaval também é um momento de consciência e luta pela preservação dos povos indígenas.
Em 2019 o cacique Raoni esteve na Europa, acompanhado de outros líderes indígenas da reserva do Xingu, Kailu, Tapy Yawalapiti e Bemoro Metuktire, excursionando por Paris, Lyon, Cannes, Bruxelas, Luxemburgo, Mônaco e Vaticano, sendo recebido pelos chefes de Estado e outras autoridades.
Em Bruxelas participou de uma Marcha pelo Clima. A viagem foi organizada pela ONG Forêt vierge, sediada em Paris, da qual Raoni é presidente honorário, e recebeu ampla divulgação internacional. Seu objetivo foi denunciar o desmatamento acelerado e angariar apoio e verbas para a proteção da sua reserva e da Amazônia em geral. Samuel Bettel, primeiro-ministro de Luxemburgo, anunciou a doação de 100 mil euros para proteger a floresta amazônica.
A viagem ocorreu em período de tensão para os ambientalistas, que acusam o governo de Jair Bolsonaro de promover retrocessos deliberados nas políticas ambiental e indígena em favor dos mercados, principalmente o agronegócio, madeireiros e mineradoras.
Em 2019, um grupo de ambientalistas e antropólogos apresentou seu nome como candidato ao Prêmio Nobel da Paz de 2020 por sua defesa vitalícia da floresta.