Comportamento / DESATIVADO

Atenção ao deixar crianças com fogos de artifício

Os fogos e explosivos além de provocar queimaduras e mutilações podem deixar outras sequelas graves e irreversíveis, como surdez, cegueira, e também levar a morte

Durante o período junino, pais e responsáveis por crianças e adolescentes devem redobrar a atenção referente aos cuidados no manuseio de fogos de artificio, fogueiras, artefatos que contenham pólvora e demais inflamáveis. As equipes do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) estão em alerta para prestar os primeiros socorros e encaminhar feridos para hospitais de referência - quando em estado grave - e Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) mais próximas do local do incidente.

Os fogos e explosivos além de provocar queimaduras e mutilações podem deixar outras sequelas graves e irreversíveis, como surdez, cegueira, e também levar a morte. É preciso aumentar os cuidados, principalmente para as crianças, idosos, além da população jovem, predominante nos festejos. Por conta disso, é de suma importância uma atuação eficaz e eficiente do serviço pré-hospitalar para prestar o primeiro atendimento, principalmente em relação aos casos mais graves, o que ajudará a minimizar possíveis sequelas e reduzir os riscos de morte.

“Este é o período do ano em que aumenta o índice de queimados na cidade. Isso ocorre por conta da alta exposição das pessoas - em especial crianças - a riscos de acidentes com fogos de artifícios. Portanto, é preciso maior vigilância dos menores que, obviamente, têm o direito à tradicional brincadeira junina, mas o cuidado é essencial. Tronco, genitália e face são responsáveis pela ocorrência das lesões mais comuns quando se trata de queimadura. Por isso mesmo pedem maior atenção, pois há sério risco de comprometimento de outras áreas e funções do corpo”, observa o médico José Roberto Oliveira de Sousa, que há 11 anos chefia o Plantão do Samu.
 
Cuidados

 A primeira providência para casos de queimaduras é contatar gratuitamente o Samu, por meio do telefone 192, que atende a Salvador e aos municípios da Região Metropolitana. Este primeiro contato servirá para expor a situação do ferido, bem como receber informações acerca dos primeiros socorros que devem ser ministrados ao paciente. O local deve ser lavado com água limpa até que o socorro chegue ao ponto do acidente. Caso haja lesão da mão ou dos dedos, eleve o braço para diminuir a hemorragia.

“Nunca cubra a queimadura com algodão. Se for cobrir a ferida, faça-o utilizando um pano limpo ou gaze esterilizada. Não fure as bolhas, nem tente retirar as roupas grudadas na pele. Evite automedicação ou sequer use manteiga, açúcar, sal, pó de café, creme dental, gelo, óleo de cozinha e outros ‘remédios caseiros’, pois eles podem piorar e até causar infecção no local atingido. Se as roupas também estiverem em chamas, não deixe a pessoa correr, de preferência role-a no chão, mas nunca toque a área afetada”, explica o médico.

 Para garantir mais segurança nas comemorações, o socorrista destaca a necessidade de evitar o uso do álcool para fazer ou reativar o fogo e acender fogueiras. Sempre utilize os acendedores para esta ação. Não deixe ao alcance das crianças objetos como isqueiros, fósforos e produtos inflamáveis. Evite usar fogos de artifício de origem clandestina, e utilize fogos conforme as recomendações dos fabricantes. Manipule os artefatos inflamáveis com cuidado, evitando utilizá-los em ambientes fechados.

 Para queimadura externa visível, caso o ambiente esteja com muita fumaça, pode-se diminuir a inalação com um pano molhado próximo do nariz e boca, locomovendo-se agachado, com o nariz bem próximo ao chão, onde a concentração de fumaça é menor. Não tente retirar pedaços de roupa grudados na pele. Se necessário, recorte em volta da roupa que está aderida à pele queimada.